O tratamento do câncer do estômago tem passado por uma revolução nas últimas duas décadas. Novas modalidades terapêuticas têm emergido principalmente no campo da oncologia clínica, o que significa o emprego de quimioterapia, radioterapia e mais recentemente, da imunoterapia. Entretanto, a cirurgia continua sendo a principal modalidade de tratamento, quando falamos em intenção curativa.

Existem três tipos de cirurgias para realizar a retirada de um tumor no estômago. São elas: a cirurgia endoscópica; a cirurgia aberta ou convencional; e a cirurgia minimamente invasiva, que pode ser laparoscópica ou robótica. 

A primeira, pouco comum em nosso país, uma vez que, somente se aplicam a casos muito selecionados de tumores iniciais e pequenos, o que não é a realidade brasileira, são as cirurgias realizadas através de uma endoscopia digestiva alta, em que somente o tumor é retirado, preservando-se o estômago.

Já, nas outras duas vias, aberta e minimamente invasiva, uma parte ou eventualmente todo o estômago é retirado, caracterizando-se, respectivamente, a gastrectomia subtotal (ou parcial) e a gastrectomia total. Uma etapa fundamental da operação é a retirada sistemática dos linfonodos (gânglios), denominada linfadenectomia. Os dois principais motivos da importância da linfadenectomia são: os linfonodos são a principal sede de metástases ou disseminação da doença; e somente através de uma linfadenectomia adequada é que temos condição de determinar o estádio em que a doença se encontra, em outras palavras o quão avançada está.

A reconstituição do sistema digestivo após uma gastrectomia pode se dar de várias maneiras. O mais comum é com o intestino delgado que é emendado ou com o remanescente gástrico ou com o esôfago dependendo da extensão da gastrectomia.

O tempo de internação hospitalar é muito variável dependendo do serviço em que o doente se encontra e obviamente das particularidades individuais de cada paciente, como presença ou não de comorbidades (doenças associadas – hipertensão arterial, diabetes, obesidade etc.). Em média, nas gastrectomias subtotais, o paciente permanece internado entre 5 e 7 dias, enquanto nas gastrectomias totais, de 8 a 10 dias.

Por serem operações com inúmeras peculiaridades técnicas, sugere-se que os pacientes procurem centros (hospitais) e principalmente, cirurgiões, que estejam familiarizados e treinados com o manejo dessa doença, para que possam receber a melhor orientação terapêutica possível a fim de, minimizar os riscos cirúrgicos e até mesmo, contribuindo para um prognóstico mais favorável.

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Prof. Dr. Osvaldo Antônio Prado Castro

Professor Assistente do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

Secretário Geral da ABCG.

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